As úlceras diabéticas são desencadeadas por uma tríade patológica bastante clássica que envolve a neuropatia, a doença vascular periférica e as infecções. Cada uma delas pode estar presente de forma isolada ou em combinação com as outras, tornando o quadro clínico bastante complexo. O risco para o surgimento destas complicações crônicas aumenta quanto maior for à duração e a severidade da hiperglicemia ao longo dos anos da doença (SIMMONS, 1994). Estas complicações manifestam-se por profundas alterações patológicas nos tecidos e a patogênese destas alterações deveria ser considerada dentro de processo que ocorre em vários estágios, de modo progressivo. Muitas das alterações funcionais são reversíveis e passíveis de detecção, antes do aparecimento de lesões estruturais irreversíveis. Existem evidências de que as alterações funcionais e estruturais iniciais criam condições para que outros fatores, que não somente a hiperglicemia se sobreponha na progressão dos processos patológicos. Desta forma, fatores agravantes como a hipertensão, o uso de álcool, o tabagismo, os excessos e deficiências alimentares, passam a ter papel primordial na irreversibilidade destas complicações (SIMMONS, 1994).